O município de Mogadouro vai avançar com a construção de um Museu do Território, um investimento de dois milhões de euros que ficará localizado junto ao castelo templário, no coração da zona histórica da vila.
Segundo António Pimentel, presidente da autarquia, trata-se de um projeto cultural “estratégico”, que pretende dar um salto qualitativo na valorização da identidade local. O prazo previsto para a execução da obra é de 500 dias.
“Com este investimento pretendemos dar um salto qualitativo no campo cultural. O projeto já foi executado e trata-se de um museu ligado ao território”, afirmou o autarca.
O futuro museu insere-se numa iniciativa da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), que visa criar uma rede de museus territoriais. Mogadouro já apresentou a candidatura, mas, mesmo que o financiamento europeu não venha a ser aprovado, o município garante que a obra avançará com fundos próprios.
O edifício que acolherá o museu foi doado ao município em 2002, por um particular, e situa-se numa área nobre da vila, próximo da igreja matriz e da capela da misericórdia.
Identidade e memória em foco
O museu será dedicado à etnografia, arqueologia e história local, reunindo e valorizando o espólio atualmente patente na Sala Museu de Arqueologia. O acervo inclui peças de várias épocas, desde a pré-história até ao período romano, permitindo traçar um retrato profundo das raízes do concelho.
Desde março de 2022, uma museóloga do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) tem estado no terreno a desenvolver o projeto museológico, numa colaboração entre a autarquia e a instituição de ensino superior. Esta parceria foi formalizada através de um protocolo no valor de 25 mil euros.
A componente tecnológica terá um papel de destaque na futura estrutura, com uma disposição inovadora do acervo e um modelo de musealização que pretende aproximar-se da comunidade. Para isso, o município e o IPB ouviram a população local, através de inquéritos e sessões participativas realizadas em maio de 2022.
É prioritária a mobilização da comunidade neste processo de musealização”, sublinhou na altura Emília Nogueiro, docente do IPB e especialista em museologia. “Não se pode pensar o território sem escutar quem nele vive, sobretudo em áreas de baixa densidade.”
Com este projeto, Mogadouro reforça a sua aposta na cultura e no património como motores de desenvolvimento local e de afirmação territorial.