O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas acaba de lançar a Plataforma Observatório Nacional da Desertificação
Apresentada no Dia da Desertificação e Seca, foi lançada em Mogadouro, concelho que integra um distrito que, quanto à seca, neste momento tem parte do território em numa situação extrema e outra parte em seca severa.
A plataforma funcionará como um portal de dados abertos que concentra a informação obtida no âmbito da actividade do observatório e não tem encargos para os utilizadores.
No lançamento da plataforma, na sexta-feira, em Mogadouro, Nuno Banza, Presidente do Conselho Directivo do ICNF, assumiu que a seca e a desertificação são assuntos muito importantes, com influência na vida das pessoas. Admitiu ainda que, com este lançamento, se pretende chamar a atenção para as alterações climáticas e os efeitos que estão a ter no nosso território. "São assuntos muito importantes, com influência na vida das pessoas. Basicamente, aquilo que tentamos fazer com este observatório é juntar um conjunto de informação. Já hoje é muito óbvio que entre 1960 e 2022 houve uma perda significativa de solo, uma alteração relevante da forma como os ecossistemas retêm a água e depois suportam a vida. Este assunto precisa de vir para a ordem do dia", justificou.
Um observatório que se prevê que seja muito utilizado, salienta Sandra Sarmento, directora regional do ICNF. "É fulcral. É um observatório que vínhamos desenhando há já algum tempo e que finalmente está concluído. É um repositório de informação mas é muito mais que isso e queremos que seja, de facto, uma plataforma muito participada, a base da estratégia e que possamos partilhar as experiências que vamos tendo no combate à desertificação e seca no país todo. Infelizmente temos, neste momento, metade do território esteja em estado desertificação, o que nos deve preocupar a todos".
Em Mogadouro foram ainda assinados os contratos relativos a projectos de preparação para condições meteorológicas extremas e de gestão de riscos no contexto das alterações climáticas. Alexandra Carvalho, Secretária-Geral do Ambiente e Operadora Programa Ambiente, explica que há dois projectos que contemplam esta zona. "Seleccionamos quatro projectos que vão ser apoiados, no total, em um milhão e 200 mil euros. Dois projectos têm incidência em Trás-os-Montes, Beiras, Douro e Serra da Estrela. Têm um valor total de cerca de 820 mil euros. Focam-se em fazer aquilo que há para fazer neste território, que é aumentar a resiliência das florestas e das áreas ardidas, diminuindo a sua susceptibilidade aos incêndios e à desertificação, através da restauração e requalificação nas zonas afectadas por incêndios rurais e erosão dos solos".
Mogadouro acolheu o lançamento da Plataforma Observatório Nacional da Desertificação, que tem como principais funções acompanhar, monitorizar e avaliar as medidas e os instrumentos de política aplicáveis ao combate à desertificação e à mitigação da seca.
O Dia da Desertificação e Seca teve este ano como mote "Superar a Seca Juntos".
Escrito por Brigantia
Jornalista:
Carina Alves