Iniciativa deve repetir-se com actividades dirigidas à comunidade
A I Semana para a Saúde e Bem-estar Dr. José Joaquim de Moura, entre 6 e 10 de Junho, teve com objectivo principal promover a literacia nestas áreas, mas foi ao, mesmo tempo, mote para uma homenagem ao médico José Joaquim de Moura, que, apesar de não ser natural do concelho, fez toda a vida clínica em Vimioso, no início do século passado. “Percebemos que era de inteira justiça homenagear um médico que passados 20 dias de concluir a sua licenciatura veio para Vimioso e aqui permaneceu sempre até à sua morte. Tendo nascido no que hoje é o concelho da Trofa, ele é um vimiosense porque fez toda a sua vida após a sua formação aqui em Vimioso”, explicou o autarca Jorge Fidalgo. Considera-se que o médico deu um impulso decisivo para que o concelho evoluísse em questões de saúde pública e mesmo
direitos humanos. “Quem lê os poucos escritos a que tivemos acesso, percebe as preocupações que o Dr. José Joaquim de Moura tinha com a saúde pública, muito ligada às questões da higiene, com a preven-
ção da doença, na defesa das mulheres, causas que hoje continuam a ser lutas e conquistas, ele foi um visionário”, destacou.
A Semana para Saúde e Bem-estar foi marcada por um conjunto de actividades relacionadas com a medicina preventiva e a educação para a saúde, envolvendo nomeadamente a escola. A iniciativa, promovida pelo
município de Vimioso e pela Cruz Vermelha de Bragança, com a colaboração da Unidade Local de Saúde do Nordeste e do Instituto Politécnico de Bragança, será para manter no futuro.
“Nos próximos anos, queremos associar uma parte mais científica, com comunicações muito técnicas e específicas, mas queremos, com a Cruz Vermelha e ULS, ir mais para o terreno junto das populações no sentido de trabalhar directamente com elas”, refere. Nesta semana, houve já “dois dias direccionados especialmente para o agrupamento de escolas e foi feito trabalho de sensibilização e sobre trabalho que tem vindo a ser feito pela Cruz Vermelha”, afirmou. Do programa constaram palestras, uma exposição do Museu de História da Medicina Maximiano Lemos com instrumentos médicos utilizados na época em que
o homenageado exerceu e foi ainda descerrado, junto ao centro de saúde, um busto de homenagem a José Joaquim de Moura, que se formou em Medicina na Escola Médico Cirúrgica do Porto em 1896, ano em foi
exercer para Vimioso, onde viveu até à sua morte e foi ainda subdelegado de saúde a partir de 1914. O neto Jorge Moura Maia considera que foi uma homenagem justa o avô. “Foi uma homenagem justa e simples, dignifcante para a família e para o meu próprio avô. Fez a vida dele aqui, teve nove flhos, que não ficaram em Vimioso, mas todos eles receberam uma mensagem de carácter e de trabalho e penso que o legado do meu avô foi cumprido”, afirmou.
Jornal Nordeste
Olga Telo Cordeiro