Num seminário sobre o “impacto do investimento do PRR no desenvolvimento regional”, que aconteceu na passada sexta-feira, no Instituto Politécnico de Bragança, Jorge Fidalgo considera que este financiamento é fundamental para reerguer o país da pandemia, no entanto, apontou falta de estratégia na atribuição dos fundos.
“O que temos é um programa absolutamente nacional. Devia ter sido ainda mais direccionado para os problemas concretos de cada território. Eu acho que tem a ver com a questão da estratégia e tem muito a ver com a questão da governança”, frisou.
A CIM Terras de Trás-os-Montes abrange os concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Miranda do Douro, Vinhais, Vimioso e Vila Flor.
Dos mais de 16 mil milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, 20% são dedicados à Coesão Territorial. Ainda assim, Jorge Fidalgo entende que deviam ter sido criados programas específicos para problemas do interior.
“Representando um território todo ele de interior com especificidades próprias, que deviam ter sido feitos avisos direccionados e programas direccionados para problemas concretos do interior”, afirmou.
O secretário de Estado do Planeamento, também presente na sessão, salientou que não se pode olhar para o PRR de forma isolada, mas tendo em conta também o Portugal 2020 e 2030. Eduardo Pinheiro explicou que os fundos angariados pelos municípios dependem também das suas candidaturas.
“Agora decorre também das candidaturas e do mérito das propostas. No caso das agendas mobilizadoras que ainda esta semana foram apresentados os consórcios aprovados, os investimentos feitos no interior são majorados relativamente aos restantes e é dessa forma que se pode fazer”, disse.
Na região, a ligação Bragança-Puebla de Sanabria será financiada em 16 milhões pelo PRR.
60% do Plano de Recuperação e Resiliência já foi lançado em concursos e avisos. Vai ainda haver um reforço de 1,6 mil milhões de euros.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais